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Capítulo 4 - Rafacity


- ......

*Encara...*

- Eu...... Eu............

............

- Ah... - Ele cobre seus olhos, e depois, se sentindo com náusea, ele continua a falar. - ...Olha só o que eu fiz. O que foi que eu fiz.... Por que foi que... Eu... Fiz isso...

*É isso, deve ser tudo só um sonho ruim. Tá tudo ótimo, eu... Só estou tendo um sonho ruím!*

Numa tentativa fútil de tentar "acordar" de seu sonho, o menino verde belisca sua bochecha, apenas para continuar lá, cobrindo os olhos e ouvindo o som frequente do motor do carro, levando os irmãos cada vez mais longe e longe...

                RAFABOY ZERO
                -- o livro --

........

Quanto tempo se passou...? Onde é que eu estou?

Eu tava caido no chão, coberto por algumas árvores que me protegiam do sol. Eu não sei exatamente onde eu estou... Mas tem uma pequena placa mais para a frente... E... Alguém também?

Mais para a frente havia uma garota... Familiar. Ela tinha cabelos loiros e estava parada me observando.

- Espera... Rafaboy? É você? - A garota loira se surpreende e vem correndo na minha direção. Ela pega na minha mão e me ajuda a me colocar de pé.

- R-Rafa... Que? - Eu pergunto, confuso de verdade, e um pouco tonto, por ter acordado agora há pouco.

- Rafaboy. Você é o garoto lá da escola, não é? Eu sou a Jasmin. Prazer em te conhecer! - Ela fecha seus olhos e dá um sorriso agradável.

- ...... Ah tá... - Eu tenho tantas dúvidas que eu nem sei por onde começar.

- Aí, você tá bem? O seu pescoço tá meio vermelho. Quer passar lá em casa? Eu faço um pouco de café e você come com bolo! Eu deixei um bolo de cenoura no forno.

- ... Tudo bem. - Eu, meio sério, sem saber o que estava acontecendo, só decido seguir em frente.

- Você tá meio desanimado... Eu sei que tudo deve ser meio estranho pra você, mas vamos lá, vai ser divertido! - Jasmin tenta me animar, conta algumas piadas e dá uns pulinhos. Eventualmente, eu me sinto melhor. - Haha! Esse é o Rafael que eu conheço! Vamos lá, vamos lá! Me segue!

Eu sorrio e sigo em frente. A gente passa por uma plaquinha que diz "Bem vindos a Rafacity!" E eu fico meio confuso.

- Rafacity? Que nome... Familiar. E, pera aí, a gente tá em outra cidade? - Eu comento, e Jasmin se vira na hora, com um sorrisinho no rosto.

- Sim, nós estamos na minha cidade-natal. Ontem de tarde eu recebi a notícia de que minha avó iria viajar, então eu estou aqui tomando conta da casa dela! Por isso que eu achei meio esquisito o fato de você aparecer por aqui do nada. E... Quanto ao nome da cidade, não tem nada a ver com você, hehe. É só uma coincidência! - Ela sorri.

- Ah, sim. - Eu fico meio sem graça. Por alguma razão os sorrisos dela são tão reconfortantes que eu quase só consigo prestar atenção no rosto dela.

- Você prestou atenção em alguma coisa que eu disse? - Jasmin me encara por alguns segundos.

- É-É claro!

- ... Então... Tá? Haha, nossa, desculpa se eu não souber muito bem o que dizer, é só que eu não falo com ninguém há tanto tempo, sabe? Eu meio que... Esqueci como se faz... Se isso, uhh, fizer algum sentido. - Jasmin parece ficar meio nervosa por alguns segundinhos.

- Tá legal? Eu também não converso muito com as pessoas, sabe? Eu entendo como é que é.

- Ah, bom saber que temos algo em comum, mesmo que... Não seja algo tão legal assim, ha...

Depois de alguns minutos de conversa, nós chegamos até a sua residência. É uma casinha pequena, com um andar e um sótão. Do lado de dentro é bem aconchegante. Eu pego um pedaço de bolo e como, enquanto nós conversamos sobre sua casa e algumas coisas legais que ela encontrou.

- ... Por exemplo, ontem eu achei esse relógio estranho no sótão. - Ela tira um relógio vermelho vibrante de dentro de uma caixa de papelão. - Ele é tão legal, eu pensei, por que será que a minha avó deixou ele guardado, e aí eu percebi que ele tava quebrado.

- Ah, engraçado que a minha tia tinha um relógio parecido na sala dela, antes dela... Virar atacante do vasco, sabe? - Eu comento. Realmente, eu adorava aquele relógio, mas depois que ela morreu, eu e a minha família nunca mais voltamos na casa antiga dela, e a casa só ficou lá, abandonada.

- ....... Antes da sua tia virar... O quê?

- Antes dela jogar no vasco, sabe? - Eu digo, e Jasmin parece continuar perdida na nossa conversa. - Nossa, Jasmin, você é bem desatualizada.

- Tá??? Eu vou... Guardar essa caixa aqui lá no sótão, por favor, não saia ainda! - Jasmin então se levanta e leva a caixa de papelão.

Eu fico lá parado, ouvindo o som da natureza.

- Como foi que eu vim parar aqui...? - Bem, não é tão ruim. O lugar é bem legal, a Jasmin é uma pessoa maravilhosa, e o ar por aqui parece ser mais leve. Nossa, é tudo tão legal.

Eu olho ao redor e vejo um grande espelho, perto do sofá. Minhas pernas se levantam sozinhas, e bem quando eu estava indo em direção ao espelho...

- Rafael, o bolo estava bom? - Jasmin apareceu atrás de mim.

- Ah, claro! Bolo de cenoura é o meu favorito!

- Olha, eu vou sair pra dar uma caminhada, que tal você me acompanhar?

- Pode ser!

Assim que nós saimos da casa da Jasmin, ela deu um pulo.

- Nossa! Eu esqueci totalmente de deixar o feijão de molho! Caramba, Rafael, você se importaria em ir na frente e depois eu te acompanho? Eu conheço esse lugar como a palma da minha mão, pode ficar tranquilo! - Jasmin fica meio triste.

- Ah, tá tudo bem! A gente se vê daqui a pouco, então!

Eu me despeço de Jasmin e sigo caminhando.

- Aqui até que é bem... Espera...

Tendo caminhado pra longe da casa da Jasmin, eu vejo duas coisas largadas na calçada.

- Uma televisão de tubo quebrada e... Um cachorro.

Espera... O cachorro estava morto no meio da rua. Cercado por uma mancha de sangue. A televisão estava apenas mostrando estática. Eu fico encarando a televisão um pouco e fico com dor de cabeça.

- Melhor sair daqui logo!

Eu continuo minha caminhada e passo pela rua estranha, chegando num parquinho cercado por árvores. Sentado num balanço, estava um menino pequeno.

- Ei, moço! Vem cá! - O menino me chamou, segurando alguma coisa na ponta de seu dedo.

- Hm? O que foi, menino?

- Olha só o meu periquito! - O menino aponta com orgulho pro seu passarinho.

O passarinho olha pra mim e fala com uma voz assustadoramente grossa.

- *Piu.*

- Nossa. - Eu dou um passo pra trás, desconfortável com a cena.

- O Carlitos é tão legal! Não é, Carlitos?

- *Piu.*

Que negócio sinistro. Parece algo que tinha acabado de sair de um filme de terror.

- Moço, moço! Você gostou do meu periquito? - O menino me perguntou, com um brilho nos olhos.

- É-É claro! Ele é um passarinho tão vívido!

- Ah! Sééério? Essa é a primeira vez que alguém elogia o Carlitos, obrigado moço!

O passarinho então olha pra mim e pia, contente.

- *Piu.*

Eu dou um pulo quando eu escuto o som da buzina de um carro. É um carro estranho, ele é pequeno e tá cheio de doce no porta-malas. De repente, um montão de crianças aparece do nada e vai correndo em direção ao carro de doces.

- Ah, moço, olha! É o carrinho de doces! É o carrinho de doces! - O menino fica muito alegre, se levanta e sai correndo em direção ao carro, mas ele tropeça numa pedrinha e sem querer joga o seu periquito na frente do carro de doces.

- *Piu.*

- Ah não! Carlitos!

Eu, horrorizado com a cena, me retiro e continuo a minha caminhada.

- O que foi isso que acabou de acontecer...... - Eu me questiono, mas sigo em frente. E então eu vejo uma igreja pequena. Tinha um moço do lado do portão da igreja. Eu me aproximo dele, querendo conversar.

- Jovem, a igreja não está funcionando hoje, claro, se quiser entrar para fazer uma oração do lado de dentro, ou beber uma água, pode entrar, mas hoje não tem culto. - O homem diz. Ele parece ter uns 60 anos. - Você é novo por aqui? Espera... Aaah, como pude me esquecer? Você é o Rafaboy, não é?

- Quê?! - Até ele tá me chamando de Rafaboy? Bem... - ... Uhh, sou sim.

- Haha! Desculpe por esquecer quem você é, eu sou bem velho, sabe? Minha cabeça não é mais a mesma de quando eu era jovem. Então, desculpe interromper a sua caminhada. Passe pela igreja depois de amanhã! Sempre temos cultos no sábado.

- Ahh, tá. - Nossa, todo mundo é tão gentil por aqui.

- Que Deus te abençoe.

Então eu continuei a minha caminhada. Bem do lado da igreja tinha um restaurante. Eu senti um cheirinho tão bom vindo de dentro que eu decidi dar uma espiada. Mas, assim que eu pisei do lado de dentro, eu me deparei com uma cena esquisita.

- Ahhh!! O chefe tá fora de controle! Socorro! - Um atendente estava correndo de um lado ao outro, gritando sobre esse tal de chefe.

- Fala baixo! Se ele ouvir, a gente tá na rua. - Um outro atendente dá um soco no primeiro atendente.

- Entendi... É qu- RAFABOY?! Você? Por aqui?! - O primeiro atendente me reconhece. - Igual que eu tinha te visto há pouco, mas você nem entrou na loja, achei que você tinha nos ignorado.

- Hã? Oi?! - Eu fico meio surpreso com o desconhecido gritando o meu nome e dizendo ter me visto antes quando eu tinha claramente chegado nessa loja agorinha mesmo.

- Lembra da gente né? A gente costumava ser amigos no primeiro ano! Aí você mudou de escola... Eu sou o Marcos... lembra? - O primeiro atendente se introduz. - E esse é o meu irmão, o Vinícius.

- Prazer. - O Vinícius aperta a minha mão.

- É... Prazer! - Eu retribuo o aperto de mão.

- Prazer garoto. - Um velho bem feio aparece do meu lado, me assustando um pouco.

- Esse é o seu Zé, Rafaboy. Ele é um cara que vem aqui quase todos os dias. - O Marcos me apresenta o senhor de idade.

O restaurante era bem pequeno, e parecia vender pizzas. E só pizzas. Por que estava escrito que aqui era um restaurante, pra começo de conversa? Mas então, o "restaurante" estava quase vazio, a não ser por uma família que estava comendo uma pizza juntos. Nossa, parando pra olhar agora, eles parecem ser tão perfeitos...

- E então, o chefe tá fora de controle de novo? - O seu Zé pergunta pros irmãos atendentes.

- É... Hoje ele tá assim, tratando a gente que nem uns animais. - Marcos conta, dando um suspiro triste.

- Poxa, que pena viu.

Eu ouço a conversa e penso numa solução.

- Ei, eu tive uma idéia. - Eu olho pros três e começo a sussurar o meu plano para eles.

- ....

- .... Aaah, isso é uma idéia genial!

- Né?! Como que a gente nunca pensou nisso antes?

Os irmãos então concordam de pôr o plano em prática.

- Boa sorte, viu pessoal? Vou estar torcendo por vocês daqui da minha mesinha de bar. - O seu zé dá o apoio moral que a gente tanto precisava naquele momento.

- Valeu seu zé! É agora viu, vamos mudar o coração do chefe de uma vez por todas!

- Rafaboy, vem com a gente! - Marcos me chama, caminhando até a porta da cozinha, e eu vou logo atrás.

- Seguinte, o chefe tá lá na cozinha, ele tá totalmente fora de si, você tem que ver!

Os irmãos abrem um pouquinho a porta, mas o suficiente pra ver um homem magro de pé na cozinha, ele tá com a postura toda ferrada e está falando sozinho e com as pupilas totalmente brancas. Ele também parece estar cortando sua pele usando suas próprias unhas. Sua roupa também está toda verde e suja.

- Ele tá babando? - Eu pergunto.

- Aham. - Marcos parece meio enojado pela situação toda.

- Nossa, ele tá com muita raiva... - Vinicius comenta.

De repente, eu sinto um frio na barriga.

Será que a gente faz isso mesmo? Será que ele vai reagir bem?

Minha perna começa a formigar.

- Não se preocupa, Rafaboy, vamos lá! - Vinicius me pega pela mão e me leva com eles lá pra dentro. A cozinha está toda suja. Então, o chefe presta atenção neles.

- O que vocês tão fazendo... Aqui?! - O chefe grita.

- A gente veio conversar sobre o jeito que você anda tratando a gente, e tal... Sabe? - Marcos fala, tentando ao máximo evitar o contato visual com o seu chefe.

- E o que é que tem? Hein?? *arrota* Caiam fora daqui antes... Antes que eu dê uma vassourada em vocês! - O chefe se equipa com uma vassoura que estava parada ali perto do fogão.

- Uh oh. - Vinicius fica meio nervoso.

- Rápido, vamos por o nosso plano em ação! - Eu grito, indicando para os dois irmãos irem lá pra frente e segurarem os braços dele.

E assim eles fazem, eles correm até o seu chefe, e seguram seus braços, e como o chefe estava bem fraco, ele não consegue se mexer...

- Me larga! Me larga! Quando vocês me largarem vocês vão direto para o olho da rua!

- É bom que esse plano dê certo...

Eu então corro até o chefe e rapidamente dou um abraço nele.

- Tá tudo bem! Você precisa tratar os seus funcionários da mesma forma que eles te tratam, com respeito e alegria! - O chefe começa a tremer.

- O que é isso... O que é esse poder?

- Esse é o poder da amizade, chefe.

- Não... Eu não quero...! Ter que-

Um clarão toma conta da sala de repente. Quando a sala volta ao normal, tudo está organizado e o chefe está de volta ao jeito que ele estava antes! Carinhoso, alegre e com o seu corpo de volta ao normal! Sem parecer, uhh, um zumbi, sabe?

- Obrigado Rafaboy. Hoje você me ensinou algo muito importante, que uma amizade verdadeira é a coisa mais importante que as pessoas podem ter. Você é alguém muito especial pra mim e sempre será bem vindo aqui no nosso restaurante. - O chefe diz, meio envergonhado pelo o que acabou de acontecer, mas muito bem no geral.

- Não tem de quê! - Eu respondo, alegre com a situação toda.

- Que bom que o nosso chefe voltou ao normal! - Marcos diz alegre.

- Aí, Marcos, vamos contar as boas notícias pro seu Zé! - Vinicius puxa seu irmão, com um sorriso no rosto.

Me sentindo feliz, eu saio do restaurante depois de bater mais papo com as pessoas de lá, para continuar a minha caminhada.

Mais a frente do restaurante, tinha uma pequena casinha de madeira, com a porta da garagem aberta. Uma grande placa de "Bazar" estava acima da garagem. Eventualmente, uma moça apareceu lá dentro.

- Huh? Que estranho... Você não tinha acabado de passar por aqui?

- Quê? Não, você deve estar me confundindo com alguém, moça.

- Ah, vou perguntar de novo então; Rafaboy, você gostaria de alguma peça de roupa? Algum brinquedo? Alguma coisa dessas? - Ela joga uma camiseta em sua direção. A camiseta é um pouco menor do que ele.

- Acho que não vai dar, moça, desculpa. Essas roupas são menores do que eu. Elas são de quem?

- Eram do meu filho pequeno, antes dele pegar uma pneumonia e morrer.

- Nossa, me desculpe.

- Ah, tá tudo bem, ele já morreu há tanto tempo que eu já até me esqueci dele. E como eu não gosto de lixo na minha casa, eu decidi dar as coisas dele de graça para os outros. - Confesso que quando a moça disse isso, eu fiquei meio desconfortável.

- Ah sim...

- Gostaria de um PS3 de graça? Ele tinha acabado de comprar um desses antes de morrer.

- N-Não, obrigado. Olha, acho que vou indo, tá?

- Tudo bem. Se quiser algo, não hesite em passar por aqui! - A moça acena para mim, e eu sei lá, tudo isso pareceu meio sinistro demais.

Eu então continuei a minha caminhada. O sol estava fazendo a minha cabeça doer um pouco, eu admito. Então eu decidi dar uma pausa e me sentar debaixo de algumas árvores, que estavam do outro lado da estrada.

- ......? - Eu fiquei meio confuso, parecia que eu tinha ouvido alguém me chamar dentro da floresta. Mas não tinha nada lá, só uma cadeira de madeira abandonada e alguns trilhos de trem, eles estavam enferrujados, como se ninguém tivesse feito a manutenção neles há muito tempo. A cadeira, entretanto, parecia novinha em folha, era até meio estranho ver algo assim por ali. Eu decidi me sentar nela então. Mas quando eu me sentei nela, foi tão estranho que eu nem sabia se aquilo estava acontecendo mesmo.

- Hãã?! - Assim que eu me sento naquela cadeira, parece que tem algo sendo removido de mim, da minha... Costela? O que era isso? Onde era? Por que? Então parecia que eu não sentia nada ao meu lado, como se eu estivesse... No meio de lugar nenhum? Foi provavelmente a coisa mais estranha que eu senti na minha vida. E a minha cabeça estava toda dolorida, era uma dor de cabeça tão intensa que fazia meus olhos girarem.

- Que dor de cabeça... Melhor seguir andando.

Eu me levanto, saio daquele lugar e continuo minha caminhada.

- O que mais será que temos por aqui?

Eu vi grandes portões, e pessoas gritando, e grandes brinquedos. Nada disso, claro, ajudava com a minha dor de cabeça terrível.

Ao lado do portão, tinha o nome do parque de diversões.

- G-G... Game W-World...?

Eu nem conseguia ler direito, minha dor de cabeça não me deixava focar nisso.

- Tá né... Acho que por enquanto vou só ignorar esse parque.

E mais pra frente, tinha um pequeno lugar branco com uma cruz vermelha. Será que isso é um...

- É um hospital! - Talvez aquele lugar me ajudasse com a minha dor de cabeça.

Eu abro a porta, e lá dentro tem várias pessoas parecidas comigo. Eu caminho calmamente até a atendente.

- Olá, como posso ajudar?

- Eu estou com... Uma dor de cabeça terrível. - Eu digo, com uma mão na minha testa. Eu consigo sentir o peso da minha própria cabeça, é tão estranho.

- Ah, claro. Isso é comum por aqui. - A atendente dá umas risadinhas e logo vem até o meu lado. - Que bom que o tratamento é bem simples.

Ela me dá um abraço. E estranhamente, a minha dor de cabeça foi embora.

- Se sente melhor agora?

- Haha, eu me sinto bem melhor, obrigado.

- Entendi... - Ela me olha, desconfiada. - Qual é o seu nome? Só pra... Escrever aqui no caderninho de pacientes.

Ué, achei que todos por aqui sabiam o meu nome...

- Eu sou o
Rafaboy.

- Hehe, que bom que se lembra.

Então eu saio do hospital. Eu sinto uma brisa suave, tudo estava melhor agora.

Então, mais pra frente tinha uma árvore com um balanço de pneu.

- Nossa, eu sempre quis ter um desses.

Seguindo em frente, eu tinha chegado no fim da linha. Tinha só um oceano extrenso, e eu não conseguia ver nada além da água. Na verdade, tinha uma névoa bem grossa cobrindo algo... Do outro lado. Eu não sei bem o que tinha lá, mas não tem como chegar do outro lado de qualquer forma.

- Espera aí...

Eu esfrego minha mão em meu rosto. Tem alguém de frente pro oceano. Alguém familiar. Era um menino verde.

Aquela pessoa especial se vira com um sorriso vívido.

- Rafaboy, eu senti tanto a sua falta! Eu te procurei por toda a parte!

- Ramon?



    Continua....

© Luidy 2024 | Por favor não roube as minhas coisas. Nem venda elas. Ah é, e dê o crédito.

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