As coisas mudaram aqui em casa desde a última terça.

A mamãe finalmente se animou desde então. Ela não saia da cama antes disso.

Já é sábado e eu não consegui me acostumar direito com toda essa coisa de irmão mais novo.

Ela já conversou comigo, falou de todas as formas possíveis aquele mesmo discurso, mas eu... Ainda não entendi muito bem como agir diante de tudo isso.

*Um Rafael pequeno se olha no espelho, com um pouco de medo e receio de ser esquecido. Logo atrás dele, seu pai abre a porta.*

- Eu sei que você ainda deve estar bem confuso, Rafael... Mas, eu sei que com o tempo você vai entender melhor as coisas.

*Meu pai segura minha mão, e olha bem nos meus olhos.*

- Só dá uma chance pra ele, tudo bem?

Depois disso... As coisas ficaram nubladas de novo... Eu juro que tô tentando o meu melhor pra me lembrar disso, doutora.

... Sim. Teve uma noite, que...

*Nós estavamos dormindo mais cedo naquela noite. Faziam meros dois meses desde aquela terça feira.*

*Eu não conseguia dormir de jeito nenhum. Então eu fui no banheiro.*

*Quando eu voltei, eu observei ele dormir um pouco, e do nada, ele começou a fazer esses sons engraçados.*

*Quando eu olhei mais de perto, ele não estava rindo ou gargalhando, e sim choramingando, sabe? Eu achei que ele estava dodói, então eu fiz o que a minha mãe sempre fez comigo quando eu estava dodói, e dei um abraço nele.*

...

*Eu sei que ele parava depois de alguns segundos, eu ficava bem feliz com isso.*

*Isso se repetiu por mais alguns dias, e então, de repente, nós ficamos mais próximos.*



Depois disso, você não consegue se lembrar de nada.